sábado, 11 de agosto de 2012

Fejão secando ao sol

Pintura com fezes ou feijão ao solo: As cidades ignoram a importância do Poder Curador como agregador da arte

Incrível o quanto na realidade total a arte é ignorada. Não me refiro à aquela arte que dá trabalho para ser produzida, tais como a pintura e o desenho. Estou me referindo à arte efêmera, esta que, se você não caputar, foge de repente. É desta arte que estou falando. Não que eu seja contra a pintura, muito pelo contrário, sou a favor, nesta noite ao evacuar no vaso sanitário vi que minhas vezes estavam esverdeadas, fiquei sem entender, era uma espécie de tinta, uma das cores primárias. Depois me lembrei que é porque eu havia ingerido kiwi, não deve ter feito digestão. Em função desta ocorrência, pensei em fazer o seguinte:
1- Comer frutas, uma cor primária por dia, evacuar num pote, guardar na geladeira.
2- Pegar cada pote com uma cor, prepara uma tinta e pintar uns quadros
3- Entrar em contato com o Poder Curador para faze a exposião
(   ) Obra de arte não realizada


Neste momento pretendo exemplificar meu processo narrativo ou pictórico  ou sensorial ou transportador. Carrego na mochila uma filmadora, uma  máquina fotográfica e um celular. Vou fotografando e filmando, quando os  cartões enchem jogo tudo num HD externo que comprei ontem, não conhecia  esta ferramenta. Uso também um leitor de cartão de memória, uma vez que  ainda não sei lidar de forma desenvolta com o HD externo.

Continuo feliz, hoje devo retornar à Sambaíba para ir com meu pai ao festejo de Côcos de Aparecida. É sempre um momento especial estar com ele e, da mesma forma, sei que ele gosta de estar comigo, um momento em que ficamos a sós naquelas casas de palha, dormimos em redes. O lugarejo, na área rural, pertence ao município de Loreto - Rio Balsas. De antemão, sei que farei alguma coisa no campo da arte, embora tratar-se-á de processos não completados, face a ausência do Poder Curador, como já foi exemplificado no último post.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Fwd: A Capa do Presente - I, Capítulo 1





Mensagem original
De: jose carlos lima < agora_sei_agora_sei_agora@yahoo.com.br >
Para: edson_barrus@ig.com.br
Cópia: agora_sei_agora_sei_agora@yahoo.com.br < agora_sei_agora_sei_agora@yahoo.com.br >,alexandre.pereira@unifap.br < alexandre.pereira@unifap.br >,ateus@ateus.net < ateus@ateus.net >
Assunto: A Capa do Presente - I, Capítulo 1
Enviada: 21/12/2005 13:16

1 Forma: A Capa do Presente-1 ( arquivo anexo )
Categoria: Foto
Autor: José Carlos Lima
Data: 2005
A ação artística consistiu em levar um presente para o evento Açúcar Invertido no Res do Chão na cidade do Rio de Janeiro. Era um truque=prenda. Eu daria o presente, uma camiseta com a imagem "A Burca de Idéia... Idéia de Burca Cristã=islâmica..." para quem estivesse vestindo uma camiseta igual, ou seja, que tivesse um significado que me chamasse a atenção. O Edson Barros que, somente depois fiquei sabendo tratar-se ser o próprio, me mostrou uma camiseta que ele estava usando na qual estava escrita a frase "eu sou imoral". A frase não é de autoria dele mas do papa ao se referir aos gays. Enfim, o Edson Barros foi o premiado=escolhido. 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

A velha corcunda e a procissão dos gatos

Atualização - 30/3/2013

Não tenho visto esta velha, acho que ela morreu, não tem mais aparecido para alimentar os gatos

Márcia, que bom vc ter visto pessoalmente esta figura. Tais momentos, inesquecíveis, passam a habitar o nosso imaginário para o resto da vida tão marcantes são. Sim, são pessoas reais, eu que não consigo vê-las assim, fico sempre em dúvida se são personagens construídos de forma inconsciente para desta forma distoar desse nosso mundinho, dessa nossa mesmice cartesiana. Seria interessante se as pessoas começassem a trazer para cá estas figuras encantadoras.

Enquanto lia a crônica, lembrei-me que aqui nas redondezas mora uma velha corcunda. Todos os dias, exatamente à meia noite, ela passa aqui na rua e, atrás dela, uns 100 gatos. Ela conduz um enorme saco de juta nas costas, contendo em seu interior alimento para os gatos, daí a procissão dos bichos. Ah, ela anda em companhia de um cão, havendo total respeito entre este e os gatos. Dias atrás, por acaso, ao parar numa esquina para atravessar a avenida, o sinal estava aberto e ela gritou "Rodrigo, cuidado com o carro". Olhei ao redor, pois pensei tratar-se do marido dela ou de algum neto. Era um gato! Chamou-me a atenção o fato de que o felino entendeu o que a velha havia dito. "Rodrigo, cuidado com o carro!"

O seu ritual se repete todos os dias, exatamente à meia noite. Será que ela tem um despertador em casa. A qualquer horas dessas a seguirei para matar essa curiosidade. Ela é infalíviel. Não atrasa. Os gatos agradecem a pontualidade britância. Meia hora antes do horário marcado, começa a algazarra dos felinos, que acaba em grande festa com a chegada da velha de ar soturno e cabisbaixo.

Como se eu fosse parte deste estranho enredo, costumo usar o barulho dos gatos para acertar os ponteiros de um relógio que mantenho perto do forno microondas. Será mesmo que somos reais ou meras peças de uma peças de teatro, alguma coisa que transita entre o real e o transcendente, é isso que sinto quando penso naquela figura, assim meio deslocado.