quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ainda o "escândalo" do sigilo

 Por Luis Nassif em seu blog

O factóide da espionagem - 1
Se o candidato José Serra pensasse minimamente no partido, estaria repisando esse tema em todas suas apresentações, deixando de lado o primarismo dos ataques à campanha de Dilma, imputando-lhe a responsabilidade pelo vazamento das declarações de renda de Eduardo Jorge. Após fazer essa afirmação por dias, depois que o PT entrou com uma ação contra ele, Serra recuou rapidamente, como tem sido constante na campanha.

O factóide da espionagem - 2
Na sabatina no jornal O Estado de São Paulo, Serra corrigiu a afirmação anterior. Disse que acreditava que a motivação do vazamento seria "política" e não "eleitoral". A troca de palavras foi aconselhada por advogados. Intenção política é algo genérico, que pode ser imputado a qualquer militante do PT. Intenção "eleitoral" é personalizada e se refere à campanha de Dilma. Ao trocar as palavras, Serra pensou no processo.

O caso Amaury - 1
A campanha desnorteada de Serra, aparentemente, não visa competir eleitoralmente nem fazer boa figura. Pelo visto, Serra jogou a toalha. Seu objetivo é de criar uma blindagem contra o livro de Amaury Ribeiro Jr., sobre as privatizações. No ano passado, a divulgação de trechos do livro aparentemente deixaram o candidato abalado. O livro foi bancado pelo Estado de Minas, provavelmente a pedido de Aécio Neves.

O caso Amaury - 2
A iniciativa surgiu depois que correram notícias de que Serra estaria preparando um dossiê contra Aécio, quando ainda disputavam a indicação pelo PSDB. Serra já tinha um bom histórico, no caso Lunus (que sepultou a candidatura de Roseana Sarney) e em dossiês contra Tasso Jereissatti e Paulo Renato de Souza – quando disputavam a indicação do PSDB em 2002. Para se prevenir, foi encomendado um trabalho a Amaury.

O caso Amaury – 3
Durante meses, bancado pelo Estado de Minas Amaury escarafunchou os documentos da CPI do Banestado, foi a Nova York através dos papéis da Beacon Hill (conta de doleiros brasileiros, investigados por promotores novaiorquinos), passou por Ilhas Virgens e refez o trajeto de parte do dinheiro da privatização. Quando o trabalho estava por terminar, foi selada a paz entre Serra e Aécio.

O caso Amaury - 4
O Estado de Minas não quis aproveitar o material, mas Amaury insistiu em transformá-lo em livro. A partir daí começou o calvário de Serra, quando se constatou que sua filha Verônica era um dos personagens do livro, com os recursos transitando em paraísos fiscais, no mesmo circuito montado por Ricardo Sérgio, ex-presidente do Banco do Brasil. Serra preferiu cuidar do futuro a cuidar da oposição.

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