quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A basofia da chamada "origem humilde" de Serra

Editorial de O Vermelho

É patético o esforço feito pelo candidato da direita à presidência da República, o tucano José Serra, de chamar a atenção para sua "origem humilde", que é tão verdadeira quanto a "favela" de estúdio que mostrou em seu programa inaugural de propaganda política na televisão.

A questão da origem pessoal envolve uma série de aspectos que servem mais para confeccionar uma embalagem vistosa do candidato do que para esclarecer seus propósitos e ideias.

É preciso lembrar que origem social, a rigor, significa pouco. O general Ernesto Geisel, por exemplo, era filho de uma família humilde de imigrantes alemães e, durante seu período como aluno na Escola Militar, não tinha sequer trajes adequados para frequentar as festas a que seus colegas compareciam. Quando ocupou a Presidência, entre 1974 a 1979, foi um servidor do grande capital e comandou a repressão aos opositores políticos (foi em seu governo que ocorreu a Chacina da Lapa, onde dirigentes do PCdoB foram assassinados), ao movimento estudantil que ressurgia, às greves operárias que voltavam ao cenário brasileiro tendo a frente justamente o líder sindical que seria o primeiro operário a assumir a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

O que conta, assim, é a história do candidato, o trajeto que seguiu entre sua origem e a posição que ocupa hoje na cena política. E a comparação, neste particular, é desfavorável para José Serra.

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